No início de outubro de 2020, houve o lançamento oficial do PIX, que é o pagamento instantâneo brasileiro por meio do Banco Central. Nessa modalidade de pagamento, os recursos são transferidos de titularidade em segundos, transitando entre uma conta e outra de forma instantânea. Devido a essa praticidade, a utilização do PIX superou em pouco tempo as operações financeiras realizadas via TED, DOC e boletos.
Além disso, o PIX pode ser criado por meio de uma chave que o próprio usuário escolhe, sendo as opções:
- CPF
- Número de celular
- Chave aleatória
1. Qual a representatividade do PIX no mercado?
Com toda a certeza, o PIX trouxe agilidade nas transações financeiras de pagamentos entre pessoas físicas e jurídicas, visto que pode ser realizado entre contas corrente, poupança e pagamento pré-paga.
Nesse sentido, o PIX é utilizado para operacionalizar muitas operações bancárias, o que fez com que sua representatividade no mercado financeiro tivesse um grande aumento. A seguir, temos as principais transações que podem ser realizadas via PIX:
- Transferências bancárias entre pessoas físicas;
- Pagamento em lojas, pagamentos para pessoas físicas e comércio eletrônico;
- Pagamento de prestadores de serviços via aplicativo do banco;
- Pagamentos entre pessoas jurídicas;
- Recolhimento de taxas de Órgãos Públicos Federais, como custas judiciais e emissão de passaporte;
- Pagamento de dívidas/cobranças.
Outros fatores importantes que impulsionaram essa crescente representatividade do PIX no Brasil são:
- Ser uma opção gratuita para as pessoas físicas;
- Para fazer um PIX não é preciso saber a agência ou a conta da pessoa que receberá os recursos. Basta conhecer a chave PIX para efetuar a transação;
- Não existe limite de horário nem dias da semana que limitem as transações. Porém, para manter a segurança, os bancos e instituições financeiras podem limitar valores durante horários noturnos.
2. A criação do PIX representa um prejuízo para as agências bancárias?
Com a implementação do PIX no sistema financeiro, em 2021 houve uma queda importante nos lucros dos bancos. Essa queda ocorreu devido ao PIX substituir as transferências bancárias via TED e DOC, que são cobradas com taxas conforme cada banco.
Alguns bancos limitam essas formas de transferência para que sejam gratuitas, assim, normalmente, ao utilizar duas transferências ao mês o cliente não é cobrado. Dessa forma, os bancos buscam obter essa receita financeira por meio de ofertas de outros serviços financeiros.
Além disso, é importante pontuar que o sistema bancário é um dos mais rentáveis do mundo, e mesmo com uma perda de receita devido à migração das TED e DOC para o PIX, as receitas auferidas anualmente são enormes.
3. Tributos Federais pagos via PIX
Com a grande e rápida evolução do PIX, os órgãos públicos têm se adaptado a essa nova forma de pagamento, operacionalizando os recolhimentos de tributos por meio de QR Code do PIX. Assim, vamos entender melhor essa dinâmica separando os recolhimentos de tributos e impostos via PIX por esfera de tributação:
- Recolhimentos de Tributos Federais: na emissão das guias de recolhimentos federais terá visível o QR CODE do PIX, que contém todas as informações sobre esse pagamento. Feito isso, é preciso confirmar as informações e efetivar o recolhimento do tributo. As guias de tributos federais disponíveis hoje são:
- DARF – Documento de Arrecadação de Receitas Federais;
- DAE – Documento de Arrecadação do e-Social;
- DAS-MEI – Guia utilizada para pagamento dos impostos do MEI – Microempreendedor Individual;
- DAS-SIMPLES NACIONAL – Guia utilizada para pagamentos das empresas enquadradas no sistema de tributação Simples Nacional.
O processo utilizado pelo contribuinte para a emissão dessas guias continua sendo o mesmo, ou seja, nada mudou para o contribuinte no momento de gerar as guias.
Imagem 1 – Exemplo de DARF emitido com opção de pagamento via PIX
4. Tributos estaduais pagos via PIX
Alguns estados vêm seguindo a tendência dos recebimentos de tributos, impostos e taxas via PIX, seguindo o exemplo da Receita Federal. Contudo, é necessário verificar se o estado onde sua empresa se encontra já está recebendo via PIX. Veja, a seguir, o exemplo do estado de São Paulo:
- DARE-SP – Documentos de Arrecadação de Receitas Estaduais: é o meio de recebimento em que o estado de São Paulo recebe suas receitas. Nesse caso, o QR Code estará no lado direito superior da guia.
Imagem 2: Documento de arrecadação com QR Code
Outros Estados têm aderido ao PIX gradativamente. Segundo o Banco do Brasil, os estados do Piauí e Acre já iniciaram a integração do PIX, enquanto o estado do Rio Grande do Sul também informou que brevemente implementará o recebimento de ICMS via PIX.
5. Municipais pagos via PIX
Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Brasil conta com 5568 municípios. Mas, até o momento, somente 5 municípios aderiram ao PIX para o recebimento de suas receitas, são eles:
- Uberlândia – Minas Gerais;
- Vila Velha – Espírito Santo;
- Linhares – Espírito Santo;
- São José dos Campos – São Paulo;
- Eusébio – Ceará.
6. Novidades 2022 – IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física
Em 2022, houve a implementação do PIX para receber as restituições. Assim, os valores de restituição serão creditados na conta do contribuinte. Contudo, só será possível a restituição do IRPF via PIX quando a chave cadastrada for o CPF do titular da conta, a fim de trazer mais segurança ao processo de restituição.
Além disso, essa nova modalidade de restituição via PIX traz benefícios aos contribuintes, uma vez que:
- Evita os reagendamentos para restituição do IRPF, devido às contas serem informadas de forma errada na declaração de ajuste anual;
- Facilita o processo de alteração de contas para receber a restituição.
7. Desvantagens do PIX
O sistema de pagamento do PIX está em crescente evolução e busca trazer mais segurança para seus usuários. Todavia, alguns aspectos devem ser observados, como o fato de que é preciso ter acesso a internet para utilizar essa forma de pagamento, bem como é preciso que o aplicativo do banco esteja instalado em seu aparelho celular.
Da mesma forma, é preciso ressaltar que ainda não há a possibilidade de estorno dos recursos em casos de transferências efetuadas para o destinatário errado.
Conclui-se que o sistema de pagamentos via PIX veio para ficar e está sendo aderido pelos órgãos públicos para recebimentos de taxas, impostos e contribuições. Contudo, ainda é preciso ter alguns cuidados no momento de sua utilização, principalmente pela questão de não ser possível o estorno por transferências indevidas.
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