A NFSe Nacional representou um novo padrão para a Nota Fiscal de Serviço Eletrônica, que foi adotado por todos os municípios do país.
Essa obrigatoriedade foi estabelecida pela Receita Federal, com o objetivo de modernizar o sistema de arrecadação dos impostos, incluindo os de serviço. Essa modernização trouxe diversas vantagens, como a simplificação de processos para quem presta serviço e a otimização da fiscalização por parte do governo.
Quer entender como essa mudança funciona na prática? Continue a leitura e fique por dentro de todos os detalhes da NFSe Nacional.
O que é uma NFSe?
A Nota Fiscal de Serviço Eletrônica (NFSe) é um documento fiscal digital, emitido por prestadores de serviços no Brasil. A sua emissão é obrigatória por registrar a prestação dos serviços tributáveis pelo Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Para entender melhor como funciona a retenção de ISS, confira nosso artigo sobre o tema.
Com o avanço da tecnologia, as NFSes passaram a ser emitidas em formato eletrônico e armazenadas digitalmente, substituindo o documento de papel em 2005, por meio da Lei Complementar nº 116/2003.
O que é a NFSe Nacional?
A NFSe Nacional é um projeto do Governo Federal que unificou a emissão de nota fiscal de serviços em todo o território brasileiro. O objetivo foi ganhar mais controle sobre as operações comerciais pelo país e, consequentemente, ter maior atuação e controle sobre o ISS (Imposto sobre Serviços), que antes era exclusivamente controlado pelas prefeituras.
Por que a Receita Federal criou um padrão nacional para NFSe?
A ideia surgiu da necessidade de integrar todos os sistemas municipais ao governo federal. Afinal, cada um dos 5.570 municípios possuía seu próprio modelo para a emissão — e algumas cidades, inclusive, ainda emitiam as notas em papel. Isso gerava muita ineficiência e custos adicionais para as empresas.
Sendo assim, a NFSe Nacional buscou padronizar o layout e a forma de emissão desse documento, tornando o processo mais simples e prático para todos os envolvidos.
Para evitar problemas de navegação e instabilidade na plataforma, o sistema foi implementado gradativamente, começando pelos municípios de maior porte no fim de 2022, como São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Cuiabá e Salvador. A partir disso, outras cidades puderam se voluntariar para aderir ao padrão nacional.
Benefícios da NFSe Nacional
A padronização da nota fiscal de serviço trouxe benefícios para todos os envolvidos no processo. Veja os principais:
- Para os prestadores de serviços: a emissão ficou mais simples e centralizada em um único sistema, o que reduz custos, diminui a burocracia e melhora a gestão financeira.
- Para os tomadores de serviços: o acesso às notas fiscais foi facilitado, além de ter ocorrido uma melhora significativa nos processos de auditorias internas.
- Para as prefeituras: houve redução da burocracia e um potencial aumento da arrecadação, graças às informações completas e unificadas.
- Para a sociedade: o sistema ajuda a reduzir a sonegação fiscal, dificultando fraudes como a emissão de notas frias, e aumenta a transparência fiscal.
Quem precisa emitir a NFSe Nacional?
De forma geral, todos os prestadores de serviços que pagam o Imposto Sobre Serviços (ISS) devem emitir a NFSe, não importando o regime tributário ou a natureza jurídica da empresa.
Isso inclui os Microempreendedores Individuais (MEIs). Desde 1º de setembro de 2023, a emissão da NFSe Nacional se tornou obrigatória para todos os MEIs que prestam serviços para pessoas jurídicas.
Módulos da NFSe Nacional
O sistema da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFSe) Nacional foi estruturado em módulos para padronizar desde a emissão e transmissão até a consulta e apuração de dados. Confira os principais:
Cadastro Nacional de Contribuintes NFSe (CNC NFSe)
O CNC-NFSe permite o compartilhamento de informações cadastrais dos contribuintes entre os municípios, facilitando a fiscalização tributária e a emissão das notas. Tais informações incluem:
- Dados cadastrais do contribuinte, como nome, endereço, CNPJ/CPF, e outros;
- Situação tributária do contribuinte, seja regular, irregular e inativo;
- Emissões de NFS-e incluindo número, data, valor, e mais.
Embora seja opcional, ao aderirem ao sistema nacional, todos os municípios devem utilizar este cadastro, que é mantido e atualizado pela Receita Federal.
Emissor Público Nacional NFSe
A NFSe Nacional conta com três emissores públicos gratuitos, seguros e padronizados:
- API: uma interface que permite a integração do sistema nacional com outros softwares, como os de gestão empresarial.
- Web: um sistema online onde os contribuintes podem se cadastrar, emitir, consultar e cancelar as NFSe emitidas.
- Móvel: um aplicativo que permite a emissão simplificada de NFSe, comunicando-se diretamente com o Sistema Nacional.
Painel de Créditos NFSe
Este módulo, que deve ser disponibilizado em breve, tem como propósito gerenciar os créditos disponíveis para o contribuinte. Esses créditos serão registrados conforme as regras de cada município e poderão ser usados para compensar valores devidos em períodos futuros.
Painel de Débitos NFSe
Assim como o de créditos, este módulo permitirá ao município emitir débitos para os contribuintes. Esses valores poderão ser incluídos no processo de apuração e pagos por meio do documento de arrecadação nacional.
Módulo de Apuração Nacional NFSe (MAN NFSe)
Este módulo essencial viabiliza o fechamento mensal do contribuinte, permitindo selecionar as NFSe que devem ser pagas, calcular o valor do ISSQN devido e emitir a guia nacional de arrecadação. Ele também oferece ferramentas para consultar documentos fiscais e integrar declarações, facilitando o cumprimento das obrigações fiscais.
Ambiente de Dados Nacional NFSe (ADN NFSe)
Este módulo funciona como um repositório nacional que armazena as notas fiscais. Ele se integra aos sistemas dos municípios para distribuir os documentos fiscais sempre que um prestador, tomador ou intermediário da cidade estiver envolvido na operação.
Padrões Técnicos da NFSe Nacional
Para garantir a comunicação e a segurança em todo o sistema, a NFSe Nacional estabeleceu alguns padrões técnicos importantes. Eles asseguram que os dados sejam trocados de forma correta e protegida entre todos os envolvidos.
- Padrão de Documento XML: O XML é a especificação técnica que garante a interoperabilidade entre os sistemas. A recomendação segue as diretrizes do W3C para o XML 1.0, com codificação de caracteres em UTF-8.
- Padrão de Comunicação: A comunicação entre os sistemas é feita pela internet, utilizando o protocolo HTTPS 1.2 com autenticação mútua. A interação é baseada na API REST do Sistema Nacional, e o formato JSON é usado para as mensagens.
- Padrão de Certificado Digital: O certificado digital, emitido por uma Autoridade Certificadora (ICP-Brasil), é o que identifica e autentica a empresa. Para a emissão da NFSe Nacional, o certificado pode ser do tipo A1 ou A3.
Eventos da NFSe Padrão Nacional
Assim como outros documentos fiscais eletrônicos, a NFSe possui eventos que registram as diferentes etapas do seu ciclo de vida.
Evento de Cancelamento de NFSe
Este evento ocorre quando o ciclo de vida da nota se encerra oficialmente, não sendo mais permitido adicionar ou alterar qualquer informação no documento.
Evento de Cancelamento por Substituição de NFSe
Acontece quando uma nova declaração de prestação de serviços é enviada, indicando a chave de acesso de uma NFSe que já existe. O sistema valida a nova declaração, gera uma nova nota e cancela a antiga automaticamente, vinculando os dois documentos.
Solicitação de Análise Fiscal para Cancelamento de NFSe
Este é um evento exclusivo da nota de serviços. Por meio dele, o emitente pode solicitar à prefeitura uma análise fiscal sobre um pedido de cancelamento, que pode ser aceito ou negado.
Mas atenção: esse recurso só deve ser usado quando o evento de cancelamento padrão não puder ser utilizado.
Manifestação de NFSe
A manifestação, um processo similar ao que ocorre com outros documentos como o CT-e, permite que os envolvidos na operação se posicionem sobre a nota fiscal. Existem quatro tipos:
- Confirmação: O prestador, tomador ou intermediário confirma o recebimento e a validade da nota;
- Confirmação tácita: Ocorre quando o destinatário não se manifesta dentro do prazo, e a nota é considerada confirmada para fins fiscais;
- Anulação da rejeição: Permite ao prestador reverter o cancelamento de uma nota que foi rejeitada pela prefeitura, regularizando a situação;
- Cancelamento: Processo administrativo realizado junto à prefeitura para invalidar a nota.
Bloqueio de NFSe por Ofício
É uma medida administrativa que a prefeitura pode tomar para impedir uma empresa de emitir NFSe. Isso pode acontecer por inadimplência de tributos, infrações fiscais ou problemas com o alvará de funcionamento.
Desbloqueio de NFSe por Ofício
A empresa que teve sua emissão de notas bloqueada pode solicitar o desbloqueio à prefeitura. Para isso, é preciso comprovar a regularização das pendências que levaram ao bloqueio.
Como emitir NFSe no padrão Nacional?
Com a padronização, a emissão de NFSe para MEIs se tornou um processo simplificado e gratuito. Desde 1º de setembro de 2023, todos os MEIs prestadores de serviço passaram a emitir suas notas exclusivamente pela plataforma do governo federal, chamada “Emissor Nacional de NFSe”.
Para emitir a nota, o prestador pode usar o aplicativo ou o portal web, ambos disponíveis no site da Receita Federal, acessando com a conta Gov.br.
As principais mudanças foram a padronização nacional, a simplificação das obrigações acessórias e a dispensa de emissão de outro documento fiscal municipal relativo ao ISS.
Como funciona o sistema web da NFSe Nacional?
Com o emissor gratuito nacional, os municípios podem optar por utilizá-lo ou continuar oferecendo seus próprios softwares, desde que estejam adaptados para emitir a nota no novo padrão.
É importante destacar que, assim como na plataforma da Sefaz, o sistema nacional provavelmente manterá os arquivos XML disponíveis por pouco tempo. Por isso, o armazenamento desses documentos continua sendo uma responsabilidade da empresa.
Qual o prazo da implementação da NFSe Nacional?
Não houve um prazo único, pois a implementação dependeu da adesão de cada prefeitura ao novo sistema.
Para os MEIs, a obrigatoriedade começou em 1º de setembro de 2023. Já para as empresas dos demais regimes, não há um prazo final definido, pois a responsabilidade pela adaptação é das prefeituras e de seus sistemas.
O cronograma de implantação foi dividido em etapas, começando em dezembro de 2022 com pouco mais de 100 municípios.
Não espere a padronização para fazer a gestão segura de NFSe
Mesmo com um padrão nacional, a gestão de documentos fiscais continua sendo um desafio. A padronização simplifica a emissão, mas o volume de notas recebidas e a necessidade de consultar notas fiscais pelo CNPJ de forma organizada exigem mais do que os portais governamentais oferecem.
É aqui que o uso da tecnologia nos processos financeiros se torna um diferencial. Contar com uma plataforma especializada, como a Qive, garante que sua empresa não apenas cumpra as obrigações, mas também transforme a gestão fiscal em uma vantagem estratégica.
Como consultar NFSe de forma fácil e segura?
Receber e consultar notas fiscais de serviço ainda pode ser complicado, mas com a ferramenta certa, o processo se torna simples e seguro.
A Qive se conecta a mais de 5.000 prefeituras para capturar automaticamente suas notas fiscais de serviço, eliminando a dependência do envio pelo fornecedor. Funciona assim:
- A Qive se integra ao sistema da prefeitura;
- A plataforma captura as notas de serviço de forma automática;
- Os documentos ficam disponíveis em um painel para consulta, download e gestão.
Além de automatizar o recebimento, nossa plataforma padroniza as informações de notas com layouts diferentes, permitindo a importação automática dos XMLs em ERPs como SAP, Protheus, Datasul e RM.
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