A Nota Fiscal Eletrônica é obrigatória no Brasil, e é importante saber que o arquivo dela é constituído na linguagem de programação XML — Extensible Markup Language, sendo que este formato é o responsável pela validade jurídica da transação perante as autoridades tributárias.

Elaboramos esse post para você conhecer melhor o formato XML da NFe e também aprender a abrir o arquivo para fazer a leitura das informações mais importantes sem um DANFE. Acompanhe!

O que é XML da nota fiscal?

XML é a sigla para Extensible Markup Language, e é o formato de arquivo oficial da nota fiscal eletrônica. Quando uma NFe é emitida, o sistema emissor gera o XML e transmite para a SEFAZ autorizadora. Esse arquivo possui todas as informações do documento, inclusive a assinatura digital que garante sua validade jurídica.

Tecnicamente, XML é uma linguagem computacional utilizada na codificação de documentos, garantindo que o arquivo final seja legível tanto para as máquinas quanto pelos usuários. O formato em si surgiu ainda em 1996, sob a intenção de facilitar a comunicação via Internet.

Para garantir a autenticidade do documento fiscal na transmissão das informações para a Receita Federal, a emissão do XML emissão do XML exige um certificado digital A1 ou A3.

Além do arquivo XML, a nota fiscal eletrônica também possui um PDF auxiliar, o DANFE. Como o próprio nome diz, se trata de um documento auxiliar, e portanto, não possui validade jurídica para transações entre empresas, já que o DANFE não consegue armazenar a assinatura digital do emitente.

Como converter um arquivo em PDF para XML?

Como mencionamos, o PDF é um tipo de arquivo que não armazena em si a assinatura digital da nota fiscal eletrônica. Portanto, é provável que o resultado gerado a partir de uma conversão assim seja um XML sem validade jurídica.

O ideal é ter o XML oficial da nota fiscal íntegro e oficial, e para isso, você pode usar a chave de acesso do DANFE para fazer a consulta no Portal Nacional da NFe.

Porém, se a sua empresa recebe uma grande quantidade de documentos por mês, esse processo manual é inviável. Nesse caso, o mais recomendado é utilizar uma plataforma de captura automática de XML, que trará os documentos em lista, direto da SEFAZ.

Quais as principais informações do XML da NFe?

O arquivo XML da NFe é organizado com informações classificadas em tags, como mostraremos mais à frente. Isso garante a legibilidade do material, e facilita a integração a bancos de dados, softwares e plataformas de gestão.

Entre as informações compiladas em um XML, as principais são:

  • informações sobre a NFe: modelo, série, número, data de saída e entrada, chave de acesso;
  • dados do emissor e do destinatário: nome e razão social, CNPJ ou CPF, endereço completo, inscrição estadual;
  • sobre os produtos e serviços: NCM, descrição, quantidade, unidade comercial, valor e outros;
  • impostos: ICMS, PIS, CONFINS e sua base de cálculo;
  • transporte: modalidade de frete, dados do transportador, veículo e volume transportado;
  • informações de cobrança: endereço e forma de pagamento;
  • pedido de compra: tag xPed específica para associar a nota fiscal com o pedido de compra;
  • informações adicionais.

Como é a estrutura de um arquivo XML?

O XML é uma linguagem de marcação simplificada, que organiza em um documento textual dois tipos de informações:

  • informações contextuais, relacionadas com o propósito da emissão do documento, que podem ser lidas e interpretadas pelos usuários — todos os dados listados no tópico acima;
  • informações de programação, com comandos específicos para os softwares que abrem esse arquivo — códigos de posicionamento, visualização, tamanho, parâmetros e afins.

No XML encontramos as tags, que são rótulos sinalizados por uma chave (<), indicando a inicialização de uma função no software.

Por conveniência lógica, o encerramento de algumas tags é simbolizado com o fechamento da chave (>). Ainda assim, existem tags que não são encerradas com esse caractere, pois o próprio método já declara o fim da função.

Com isso em mente, compilamos abaixo os principais códigos e referências presentes na nota fiscal eletrônica. Confira!

<NFe>

Essa é a tag que está no cabeçalho do arquivo, indicando o ponto de início da nota fiscal.

<infNFe Id:>

Nas reticências dessa identificação está a chave de acesso da nota fiscal, composta de 44 caracteres que são utilizados na verificação de autenticidade do documento.

<cUF>

O número entre essas tags identifica o cUF da nota fiscal, isto é, o código da Unidade de Federação.

<natOp>

Já aqui, o XML apresenta a natureza operacional dessa nota fiscal, em que se descreve a transação realizada.

<emit>

Esse é o ponto do arquivo em que se iniciam as descrições do emitente da nota, com tags como <CNPJ>, <xNome> e <xFant> para apresentar o CNPJ, a Razão Social e a Fantasia da empresa emissora.

<enderemit>

Já aqui se compilam as informações de endereço do emitente, com tags como <xLgr>, <xnro> e <xBairro> para descrever logradouro, número e bairro.

<IE>

Após os dados de endereço, você há de notar essa chave, que guarda a Inscrição Estadual da empresa, um código que tem entre 2 até 14 caracteres numéricos.

<CNAE>

Dentro dessa chave está o código da Classificação Nacional de Atividades Econômicas, responsável por padronizar a identificação das atividades produtivas.

<CRT>

Logo após você encontra a classificação do Código de Regime Tributário, que pode ser 1, 2 ou 3, representando o Simples Nacional, o Simples Nacional em excesso de sublimite e o Regime Normal, respectivamente.

<dest>

É nesse ponto que se iniciam as informações do destinatário da nota, vulgo receptor do serviço ou mercadoria. Aqui, repetem-se aqueles tags de endereço e identificação, com o acréscimo da chave <email>, que automatiza o disparo da nota para a caixa eletrônica de seu destinatário.

<prod>

Essa é a tag que descreve o produto ou serviço comercializado. Nessa seção, as principais tags são:

  • <cProd>: apresenta o código do produto, uma numeração geralmente atribuída pela empresa para o seu próprio controle de desempenho, orçamento e estoque;
  • <cEAN>: é a numeração do código de barras;
  • <NCM>: o código de fiscalização da Nomenclatura Comum do Mercosul;
  • <CFOP>: código de quatro dígitos que identifica o tipo de operação;
  • <cEANTrib>: código de barras tributário do produto;

<imposto>

Com um nome bastante sugestivo, essa é a seção que descreve o impacto tributário sobre a transação. As principais tags são <ICMS>, <IPI>, <PIS> e <COFINS>.

<infAdProd>

Sendo necessário, esse é o campo que comporta as informações adicionais do produto.

<total>

Seção que compila e totaliza o custo dos impostos sobre o valor da mercadoria.

<transp>

Esse é um campo utilizado para qualquer transação que precise descrever sua modalidade de frete, sinalizada pela tag <modFrete>, que pode ser preenchida com:

  • 0, às custas do emitente;
  • 1, às custas do destinatário;
  • 2, por conta de terceiros;
  • 9, sem frete.

<infAdic> e <infNFe>

Caso necessário, a empresa emitente pode utilizar esses campos para apresentar informações adicionais sobre a nota, descrevendo forma de pagamento, notas legislativas, observações e afins.

<Signature>

O documento precisa ser assinado eletronicamente para carregar sua autenticidade. É dentro da tag <SignatureValue> que está a assinatura digital do seu Certificado Digital.

<xMotivo>

Por fim, o documento se encerra com uma nota de autorização do sistema pela Secretaria da Fazenda.

É nesse sentido que um leitor de XML se destaca. Na maior parte das vezes, esse tipo de solução é encontrado em plataformas, aplicativos, softwares e serviços de gestão.

Basicamente, a plataforma lê o arquivo, diagramando e apresentando toda as informações cruciais de maneira organizada, legível e eficiente, ocultando os bastidores dessa operação — as linhas, tags e comandos de código.

Como abrir um arquivo XML?

O XML é uma extensão perfeita para o segmento tributário. Afinal de contas, mesmo que o usuário não conte com uma plataforma para executar o formato, ele poderá abrir os arquivos XML direto no navegador, extraindo as informações que precisa.

Abrir um XML é simples: com o arquivo em mãos, clique com o botão direito do mouse e selecione “abrir com → bloco de notas”, ou apenas arraste o arquivo para o navegador e solte.

Para baixar o documento, você pode utilizar o software de consulta de XML da Qive, nele, basta selecionar uma ou mais notas, e ir em “baixar XML” na barra superior.

Como você pode ver, é fácil baixar e abrir o arquivo XML, porém, o difícil é ler as informações entre os comandos computacionais (por isso o DANFE é mais famoso, já que ele simplifica as informações).

Por que é importante armazenar o arquivo XML da Nota Fiscal?

Antes da adoção do XML, a legislação tributária previa que documentos fiscais fossem armazenados por, no mínimo, cinco anos. Esse também é o prazo para que o governo cobre esses impostos — depois disso, eles vencem.

O prazo de cinco anos também vale para as NFes e CTes. Assim, o XML deve ser armazenado por, no mínimo, o mesmo período, para o caso de a empresa ser auditada pela RFB.

A melhor solução é armazenar esses arquivos em um sistema na nuvem, garantindo a proteção de qualquer tentativa de acesso não autorizado ou acidente que possa comprometer as mídias físicas.

Também é importante analisar as consequências da ausência da XML. Normalmente, durante uma fiscalização, a cada documento ausente aplica-se uma multa no valor de R$ 1 mil. Agora, imagine perder um ano de NFes porque o HD que servia de armazenamento queimou.

Por conta disso, é importante optar por uma estratégia de armazenamento organizada, segura e diversificada.

Leia também: como consultar notas emitidas para meu CNPJ.

Como garantir o armazenamento de XML de maneira eficiente?

Para garantir o armazenamento de XML pelo tempo determinado por lei e facilitar a localização dos arquivos em auditorias fiscais, a melhor opção é contar com o sistema de gestão de documentos fiscais da Qive.

A solução da Qive é especializada na captura dos arquivos XML de NFe, NFSe e CTe emitidos contra a empresa, além de se integrar com o sistema emissor de documentos para armazenar XML emitidos de NFe e NFCe (Nota Fiscal do Consumidor).

Conclusão

O arquivo XML da NFe é uma linguagem de marcação que armazena todas as informações presentes no documento, entre elas, a assinatura digital que garante a validade jurídica da nota fiscal eletrônica.

A nota fiscal também possui um documento auxiliar, o DANFE. Porém, por ser um PDF, o documento auxiliar não armazena a informação de assinatura digital, e portanto, serve apenas para acompanhar as mercadorias e servir como base na consulta da NFe completa.

Neste conteúdo você também viu quais são as principais informações armazenadas pelo XML, e quais tags estão presentes no documento.

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Escrito por Liliane Teixeira

Autora certificada Vamos Escrever, é bacharel em Ciências Contábeis e pós-graduada em Controladoria e Gestão de Tributos. É contadora no setor de comércio e varejo, atuando em rotinas fiscais há mais de 10 anos, com vivência nas práticas do departamento pessoal e contábil. É apaixonada por aprender e está sempre em busca de novos conhecimentos. 📩lilianeteixeira@vamosescrever.com.br Saiba mais sobre o autor