Atualmente, acompanhamos um avanço significativo nos estudos e aplicações da Contabilidade Ambiental. Isso ocorre devido ao aumento da degradação do meio ambiente decorrente dos processos produtivos e industriais.
Com todos esses impactos negativos no ambiente e na sociedade, além dos diversos debates sobre a necessidade de reduzir ou eliminar danos ambientais, é que surgiu o interesse pela contabilidade ambiental, que é uma forma de responsabilizar e evidenciar, de forma mensurável em valores, quais são os impactos e quais ações e investimentos as empresas devem ter para evitar e reduzi-los.
Assim, com este novo olhar para o meio ambiente, vemos crescer cada vez mais o número de empresas estudando e aplicando a contabilidade ambiental em suas rotinas e processos. Da mesma forma, busca-se simultaneamente uma valorização da própria marca, analisando e reduzindo o impacto ambiental por meio de seus processos.
Para explicar melhor a importância e o impacto da contabilidade ambiental, vamos pormenorizar cada um de seus principais aspectos, então continue a leitura e confira!
1. Contabilidade Ambiental
Como vimos, a contabilidade ambiental é um segmento contábil que estuda o patrimônio ambiental das empresas e os impactos causados no meio ambiente através dos processos produtivos das organizações.
Dessa forma, é possível a mensurar os investimentos e as obrigações relacionadas à proteção ambiental, regulando as atividade pelo IBRACON, pelo ISO 14.000 e pela NPA-11, que são utilizados como diretrizes legais e normativas para efetuar os registros contábeis, as análises de risco e os impactos ambientais, atendendo, então, aos estudos e objetivos da contabilidade ambiental.
Por sua vez, o registro contábil do Patrimônio Ambiental é composto por bens, direitos e obrigações ambientais, bem como suas mutações. Nesse sentido, a contabilidade ambiental vem trazendo responsabilidade socioambiental, uma vez que para as empresas produzirem seus produtos se utilizando do meio ambiente, elas devem ter responsabilidade social e ambiental ao realizar esses processos. Em outras palavras, baseando-se na contabilidade ambiental, a empresa se torna sustentável.
2. Patrimônio ambiental
Ativo ambiental: são todos os gastos de bens e direitos que estão relacionados ao processo de eliminação e redução dos danos ao meio ambiente provocados pelas empresas.
Um exemplo de ativo ambiental é a compra de equipamentos ou gastos que contribuem para a manutenção das atividades da empresa, como os filtros que as indústrias utilizam para reduzir a emissão de gases poluentes. Esses equipamentos são escolhidos para reduzir os danos da empresa contra o meio ambiente, evitando ao máximo os riscos e os impactos negativos.
Assim, na contabilidade ambiental, o papel do ativo ambiental são ações, investimentos e estudos para evitar o dano ao meio ambiente. Logo, essa estratégia é realizada antes da empresa iniciar operações que podem causar algum tipo de impacto negativo ao ecossistema.
Passivo ambiental: são todos os deveres e obrigações das empresas para buscar a compensação dos prejuízos ou danos já causados ao meio ambiente através dos processos produtivos. Portanto, para tudo o que foi deteriorado ou destruído no meio ambiente, a organização deve buscar um meio de restauração ou compensação.
Para isso, a contabilidade ambiental, através do passivo ambiental, realiza investimentos, estudos e ações para recuperar o meio ambiente depois dos danos causados pela empresa. Como exemplo, temos os descartes incorretos de lixos químicos em rios, sendo possível a responsabilização da empresa, que, por sua vez, arcará com todos os gastos para eliminar ou reduzir os impactos gerados pela sua atividade.
Receita Ambiental: são todos os proveitos que a empresa consegue a partir do momento em que há reconhecimento público por suas boas condutas e boas políticas de preservação ao meio ambiente.
Podemos citar como exemplos a redução no consumo de água e energia, a venda de produtos reaproveitados, venda de produtos criados a partir de sobras de outros produtos que antes eram descartados, entre outras medidas sustentáveis. Além disso, também são considerados como receita ambiental os serviços prestados em gestão ambiental.
3. Contabilidade ambiental no mundo corporativo
Durante muito tempo, quando se falava em contabilidade ambiental, existia uma preocupação sempre vinculada a situações negativas para a empresa. Isso porque é comum associar a contabilidade ambiental aos danos causados ao meio ambiente e, consequentemente, ao impacto negativo que isso traz à imagem das organizações.
Porém, esse olhar vem se transformando a cada dia, principalmente com o papel da contabilidade ambiental de evidenciar de forma correta nas demonstrações contábeis todos os investimentos realizados pela empresa. O que pode vir a ser uma forte aliada na construção de uma boa imagem das empresas, em razão de dar visibilidade às boas práticas sustentáveis utilizadas, bem como às ações e aos investimentos aplicados ao meio ambiente.
Ressalta-se ainda que é preciso ter atenção às informações fornecidas pelas demonstrações contábeis ambientais, excluindo assim as possibilidades de uma prática chamada greenwashing. Esse termo se refere à uma estratégia de manipulação infelizmente muito utilizada no meio corporativo. Ela consiste em fornecer informações inverídicas para a mídia, fazendo uma autopromoção a respeito de sua sustentabilidade e responsabilidade social, a fim de criar uma imagem pública positiva.
Contudo, na realidade, nenhuma ação de sustentabilidade é feita, ou seja, a empresa apenas se utiliza da sustentabilidade como forma de marketing. Afastando essa hipótese e apresentando o eco balanço, a empresa constrói uma visão positiva e real por meio de seu grau de responsabilidade socioambiental, obtendo uma vantagem competitiva mediante o reconhecimento público.
4. ESG – Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança)
Nos últimos tempos, com certeza você já ouviu ou leu sobre EGS, que cada vez mais ganha força no mundo corporativo. Essa sigla se trata de um agrupamento de boas condutas implementadas pelas empresas, pretendendo provar sua estabilidade e garantir o crescimento sustentável.
Da mesma forma, a ESG evidencia diligências com o meio ambiente e o bem-estar social, sendo, então, de suma importância para a sociedade, visto que traz à tona questões ambientais, sociais e de governança vinculadas ao mundo corporativo.
Fatores ambientais: são as métricas utilizadas para mensurar os desgastes dos recursos ambientais, bem como o nível de empenho da empresa na redução ou extinção desses impactos. Como exemplo, as indústrias podem optar pelo uso de energia solar e a gestão de resíduos e efluentes.
Fatores sociais: nessa vertente da ESG, temos as políticas e relações de trabalho, como a inclusão e a diversidade de gênero no mundo corporativo, a convenção que que busca cuidar das pessoas como um todo sem nenhum tipo de distinção ou preconceito na organização.
Fatores de governança: estão vinculados à governança corporativa juntamente com o compliance e a gestão de riscos, que tem como principal foco a redução de fraudes, crimes e corrupção nas empresas. Isso ocorre através da implementação de auditorias e comitês de ética, a fim de trazer segurança para a empresa.
Em síntese, analisamos pontos importantes na implementação da contabilidade ambiental, bem como os benefícios que sua presença nas empresas pode trazer. Sem dúvidas, é um assunto que merece estudos, visto que sua aplicação gera resultados positivos tanto para o meio ambiente quanto para o crescimento das empresas.
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