Entenda mais sobre empreendedorismo jurídico, suas dificuldades, importância, inovação e mercado:


Certamente uma pergunta que sempre acaba atormentando os pensamentos de todo estudante de direito é justamente se prefere empreender (abrindo um escritório de advocacia), trabalhar para um escritório ou investir em concursos públicos. Não se pode negar que as carreiras jurídicas na área pública são tentadoras, mas sempre surge aquela “pulguinha” na orelha se deveria empreender ou não. 

De fato, escolher pelo empreendedorismo nunca é uma tarefa fácil, ainda mais no Brasil, um dos países com o maior número de profissionais na área jurídica. Então, como fazer esse processo dar certo? 

O problema é que as faculdades de direito, no geral, não focam em ensinar os bacharéis a se tornarem administradores. Na verdade, o foco acaba sendo sempre para as matérias voltadas para a dogmática jurídica, enquanto algumas exceções incentivam a pesquisa com bastante ênfase nas matérias voltadas para zetética. E isso tudo quando o principal foco não é a preparação para o “temido” Exame da Ordem dos Advogados. 

Dessa forma, esses fatores acabam dificultando um pouco a vida dos jovens graduados na hora de abrirem o seu tão sonhado escritório. Mesmo não sendo uma tarefa fácil, empreender acaba sendo gratificante, mas precisa tomar alguns cuidados e ter um bom planejamento. E é com esse objetivo que iremos dissertar um pouco sobre empreendedorismo jurídico. 

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O que é empreendedorismo jurídico?

Como pode ser percebido, a vida dos estudantes de direito (ou ciências jurídicas ou sociais para algumas faculdades) nunca é fácil no final de um curso de graduação na área jurídica. Imagina só ter que se preocupar com TCC, com aquelas disciplinas que trazem bastantes dificuldades, com estágio obrigatório e, para complementar, ainda ter que ser aprovado no “temido” Exame da Ordem. Nesse contexto, o empreendedorismo na área acaba se tornando uma segunda opção ou, talvez, nem se coloque em análise. Mas o que seria esse empreendedorismo?

O empreendedorismo é buscar satisfazer uma necessidade do mercado de consumidores em uma área específica com potencial, utilizando os recursos disponíveis. Logo, o empreendedor se dedica à geração de riqueza, à transformação de conhecimento em produtos e serviços e ao desenvolvimento do seu próprio conhecimento. 

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Empreendedores x Administradores

Contudo, empreendedores não podem ser confundidos com os administradores. Em uma visão contemporânea, não se pode analisar o empreendedor sob o ponto de vista meramente econômico, em que ele seria o responsável por organizar a empresa, pagar empregados, planejar, dirigir e controlar. Na verdade, deve-se ter em vista que esse profissional é identificado como aquele que possui a informação e a utiliza para transformá-la em potencial criativo. 

Nesse cenário, o empreendedorismo jurídico seria movido por profissionais com alta performance, capacidade extrema de resolver problemas e apresentar soluções, bem como inovar, sempre levando em consideração o código de ética da área. Assim, “empreendedorismo jurídico” pode ser conceituado como o ramo que busca a inovação e a oferta de serviços criativos, sem nunca esquecer do velho, mas sempre respeitado, requinte jurídico.

Em vista disso, cabe verificar agora a importância de empreender na área jurídica, o que veremos no próximo tópico. 


Qual a importância do empreendedorismo jurídico para o mercado?

Não resta dúvida de que o direito tem como grande característica a função de regulamentar as relações sociais entre as pessoas que vivem em sociedade. Isso significa que as atividades exercidas pelas pessoas, instituições e pelo próprio Estado são, de forma direta ou indireta, regulamentadas pelo direito, por meio normas jurídicas (lei, regulamento, resoluções, portarias etc.). 

Só que a sociedade é muito dinâmica e tende a mudar constantemente, especialmente após a explosão da globalização, a internet das coisas e a inteligência artificial. Essas tendências afetam o meio jurídico, alterando-o e transformando-o. Um exemplo disso é o software “Victor” no STF, que realiza uma espécie de “peneira” dos processos judiciais submetidos à Suprema Corte. 

Como pode ser observado, as relações sociais alteram o direito, mas também o direito altera essas relações, a exemplo da obrigatoriedade de uso de cinto de segurança. Hoje em dia é muito difícil (para não dizer impossível) encontrar uma pessoa que anda naturalmente de carro sem cinto, mas isso era comum há alguns anos. Isso porque a maioria das pessoas começou a usar o cinto de segurança após a edição da norma jurídica obrigando a utilização do equipamento. 


Empreendedorismo jurídico e inovação

É nesse aspecto de inovação e constante mudança que o empreendedorismo jurídico se mostra eficaz e importante para o mercado. Em uma sociedade cada vez mais inovadora e em transformação, o profissional da área jurídica precisa estar em constante atualização e cada vez mais buscando ferramentas que otimizem seu trabalho e que permitam entregar resultados diferenciados aos seus clientes. 

Nesse aspecto, o empreendedorismo, como atividade propulsora de inovação, mostra-se como uma fronteira entre aqueles que pretendem prosperar nesse mercado tão concorrido da área jurídica e os que ficarão estagnados. De fato, os negócios realizados pelo ambiente virtual da internet são um grande exemplo de empreendedorismo jurídico na atualidade, especialmente após a pandemia provocada pela Covid-19.


Negócios e redes sociais

Cabe ressaltar que quando se fala em negócios na internet podemos citar as interações por vídeos-transmissões ao vivo (live), publicações, utilização das redes sociais etc., estando, claro, dentro da permissão do Código de Ética da profissão. O profissional que utiliza desses mecanismos de interação e divulgação do seu trabalho e domina as limitações do que lhe é permitido profissionalmente, com certeza já parte com um (ou até mesmo dez) passos na dianteira. 

Ocorre que o empreendedorismo por meio das redes sociais e da internet é mais acessível ao pequeno advogado, na medida em que consegue montar um negócio com um pequeno investimento. Essas estratégias acabam fazendo com que o empreendedor jurídico ganhe especial destaque, mas é claro que, como qualquer negócio, precisa de estratégia e organização, bem como delimitar e buscar um público-alvo. 

Assim, com organização e estratégia bem definidas, os benefícios para o empreendedor jurídico nessa nova estrutura serão muitos. Isso porque ganhará destaque e visibilidade para novos negócios e conseguirá obter novos clientes. Também, com publicações e desenvolvimento de conteúdo, dentro das permissões profissionais, o empreendedor se tornará uma autoridade naquela atividade, o que abre um leque de oportunidades de investimentos, como venda de cursos jurídicos, mentorias etc. 


Empreender é inovar

Em um mercado cada vez mais competitivo como a área jurídica, o empreendedorismo se mostra como uma alternativa de diferencial. Não se pode ignorar o temor e a resistência que a classe jurídica apresenta quando se trata de utilização de novas ferramentas, especialmente por causa de um sistema ético tão rígido. Contudo, se é verdade que as relações sociais alteram o direito, o empreendedorismo já vem mudando esse pensamento e a internet mostra isso. 

Por falar em internet, a 4ª Revolução Tecnológica sem dúvida alguma está afetando o direito e isso é visto pelas redes sociais. Mas, é claro, como todo negócio, qualquer estratégia de investimento precisa de organização. Portanto, o empreendedorismo jurídico com certeza trará benefício ao profissional que está aberto às mudanças e o colocará a frente de seu tempo por meio dos seus resultados.


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Escrito por Maceno Lisboa

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