Ficou curioso para saber qual o segredo do sucesso?
Não existe fórmula mágica, mas vale muito a pena utilizar ferramentas tecnológicas, tornando o trabalho mais produtivo e rentável. Paixão não é o único item para que o escritório contábil seja referência, é necessário entender como Fernando Rizzo descobriu o tal elemento X.
Fernando Rizzo desde criança escutava conversas a respeito de contabilidade. “Isso sempre chamou muito a minha atenção!”, diz o contador.
Quando chegou a hora de decidir qual carreira iria seguir, ficou em dúvida entre direito e contabilidade. Em virtude desta dúvida, ele resolveu fazer os dois cursos ao mesmo tempo e escolher qual seria mais interessante no decorrer dos estudos.
No último ano da faculdade de contabilidade, ainda com 20 anos de idade, Fernando passou em um processo seletivo da PwC (Pricewaterhousecoopers), que é uma das maiores empresas de auditoria contábil do mundo.
Ele afirma que foi trabalhando nesta empresa que tomou a decisão sobre a contabilidade e após três anos retorna ao interior de São Paulo para trabalhar como sócio da empresa que seu pai fundou há 40 anos.
Quais são as principais dificuldades e burocracias envolvidas nas tarefas do contador?
O contador, nos últimos anos, deixou de ser o “guarda livros” das empresas e passou a contribuir com informações relevantes para a tomada de decisões. Contudo as obrigações fiscais são tantas que acabam impedindo que o contador faça a sua função principal: a análise de lucratividade, rentabilidade, redução de custos, dentre outras, e passe a trabalhar fazendo obrigações acessórias para o fisco.
O Brasil é o país onde o empreendedor gasta mais tempo cumprindo obrigações tributárias. São 2.600 horas por ano, na média. Mais que o dobro do tempo gasto pelos empreendedores de Bolívia e Nigéria, em torno de 1.025 horas.
Enquanto isso, nos Emirados Árabes, o país melhor colocado gasta apenas 12 horas por ano com as obrigações fiscais. O contador acaba trabalhando para o governo, gastando muitas horas prestando contas ao invés de prestar um serviço gerencial importante.
Novas obrigações e adiamentos são comuns no meio contábil. O profissional está preparado para lidar com essas mudanças?
Realmente isto é um fato! O profissional contábil deve estar preparado para lidar com estas mudanças, principalmente se for um contador empregado. As obrigações mudam e se não estiver apto para o trabalho, pode ser demitido.
Caso seja proprietário de um escritório contábil, a falta de preparo de lidar com as mudanças não permitirá o seu crescimento e, provavelmente, acarretará a sua redução, visto que terá um número restrito de cliente, concentrado em empresas que possuem declarações acessórias simples.
Como a Mêcano Contábil começou a inserir tecnologia em seus processos? Era a ideia desde o início ou partiu de uma necessidade?
A Mêcano Contábil sempre teve um pioneirismo em tecnologia. Meu pai costumava me contar que o seu escritório foi um dos primeiros de São Carlos a adquirir um computador e, antes disso, já havia desenvolvido mecanismos para evitar retrabalho, onde, com papeis carbono e uma espécie de “geleia”, fazia com que um lançamento contábil alimentasse diversos livros.
A tecnologia sempre foi a ideia de nossa organização. É claro que a necessidade faz com que tenhamos ainda mais afinco na busca de melhores soluções, mas a inserção da tecnologia vem antes mesmo da grande demanda.
Atualmente, buscamos não ter retrabalhos através do uso de ferramentas tecnológicas, integrando nossos sitemas operacionais com o de nossos clientes, evitando processos manuais.
Como você escolhe as melhores ferramentas para os processos contábeis? Quais são os critérios?
Precisamos fazer uma análise conjunta dos seguintes critérios:
1) Velocidade de resposta;
2) Possibilidade de integração de dados de outros sistemas;
3) Possibilidade de exportação de dados para outros sistemas;
4) Armazenamento de informações de modo prático, organizado e seguro;
5) Geração de relatórios confiáveis que possibilitem conferências práticas, redução de retrabalho; 6) Custo acessível.
Para o cliente da Mêcano é um diferencial a empresa estar em contato com a inovação constantemente?
Sem dúvida! Buscamos constantemente mecanismos inovadores. Com a globalização em algum momento todas as empresas terão que inovar e, neste momento, quem se antecipou terá as melhores chances de permanecer competitivo no mercado de trabalho.
Investir em tecnologia aumenta a produtividade no escritório contábil?
Claro que sim! O escritório contábil vende horas de serviço. A tecnologia faz com que o mesmo trabalho seja executado em um menor tempo, dessa forma, teremos uma redução no custo, mantendo o escritório mais competitivo no mercado.
Os escritórios contábeis que não investirem em tecnologia não serão competitivos, o seu custo operacional será elevado e o resultado disso será a perda do cliente.
As obrigações fiscais ainda são muito engessadas. Quais suas expectativas para o futuro da contabilidade?
Com a tecnologia que o governo vem implantando no decorrer destes últimos anos, juntamente do efetivo cruzamento de informações nesta Era de arquivos SPED, acredito que em um curto espaço de tempo muitas de nossas obrigações fiscais já estarão preenchidas pelo governo, devendo apenas constar o nosso “aceite”.
Isso já é uma pequena realidade na declaração de imposto de renda das pessoas físicas e pode ser que dentro de pouco tempo também seja aplicado às pessoas jurídicas. Contudo, o trabalho do contador não diminuirá.
O trabalho burocrático de se imputar as informações irá reduzir, mas a análise e conciliação de cada número contido nestas declarações ainda existirá e isso exigirá ainda mais tecnologia de cruzamento de dados.
Extra! Os 3 passos para a inovação e tecnologia no meio contábil:
O primeiro passo para quem deseja iniciar o processo de inovação tecnológica é procurar um profissional e/ou empresa de confiança que entenda deste assunto.
O segundo passo seria, em conjunto com este profissional, o mapeamento todos os seus processos, buscando nichos que podem ser desenvolvidos para que trabalhos manuais deixem de existir em troca de integrações de dados.
Por fim, o último passo seria o desenvolvimento da solução tecnológica que possibilite alcançar este fim.
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