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Investimento para iniciantes: você sabe por onde começar? Atualmente, muito se tem falado de assuntos relacionados a investimentos e mercado de capitais. Porém, para a maioria dos brasileiros é iniciante para investimentos, esse assunto é totalmente desconhecido, visto que temas dessa natureza não são abordados com a devida importância, seja pela ausência do conteúdo nos currículos escolares ou mesmo por desinteresse. 

Assim, pensando em facilitar o acesso a esse universo de informações, dada a evidência que se tem observado, este artigo reúne conceitos essenciais de investimento para iniciantes, bem como começar a entender essa vasta área e sua correlação com todas as demais.

1. Investimento para iniciantes: o perfil do investidor brasileiro

Primeiramente é importante frisar que não é necessário ser um profissional da área financeira, contador ou economista para poder se aventurar pelo universo de investimentos. 

De acordo com a pesquisa “Raio X do Investidor Brasileiro” da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em sua quarta edição, publicada em 2021 por meio de dados colhidos em 2020, o perfil do investidor brasileiro é composto por diversas características. 

1.1 Características do investidor brasileiro

  1. 40% dos brasileiros são investidores.
  2. A começar pelo sexo, os homens participam mais do mercado de investimento e representam 55% contra 45% das mulheres.
  3. A média de idade dos investidores é de 42 anos.
  4. Percentualmente se dividem em classes sociais, sendo 8% pertencentes à Classe A, 44% à Classe B e 48% à Classe C.
  5. Em relação ao grau de escolaridade, 15% possuem somente o ensino fundamental, 43% o ensino médio e 42% o ensino superior.
  6. A ocupação dos investidores é dividida em: 86% trabalham e têm atividade remunerada, 35% são assalariados registrados, 15% freelancers e 7% desempregados.
  7. A renda média familiar é de R$ 7.100,00.
  8. Geograficamente se distribuem em: 48% no Sudeste, 17% no Nordeste, 15% no Sul, 14% no Centro Oeste e 6% no Norte.
  9. Os investidores brasileiros investem em produtos da seguinte maneira: 29% na caderneta de poupança, 5% em fundos de investimento, 5% em títulos privados, 3% em títulos públicos via tesouro direto e 3% em ações na bolsa de valores.
  10. 53% dos brasileiros investiram em 2020 em produtos financeiros.
  11. Segundo a pesquisa, os brasileiros responderam que conseguiram economizar da seguinte maneira: 56% deixaram de sair (ir a festas e viagens, gastar com bebidas e cigarro, usar o carro etc.), 24% deixaram de realizar compras desnecessárias, 11% guardaram parte do salário mensalmente, 19% controlaram as despesas e 7% trabalharam mais.
  12. Na pandemia, 64% dos brasileiros conseguiram economizar, sendo que 7% responderam que conseguiram guardar dinheiro porque “não tinham onde gastar”.
  13. O meio digital é o maior meio para fazer os investimentos, somando 62% em aplicativos de banco, 55% fizeram investimentos pessoalmente no banco, 39% no site do banco, 22% por aplicativo da corretora de investimentos e 19% pelos sites das corretoras de investimentos.

Obs. Essas são as informações mais relevantes da pesquisa e devem ser analisadas sob o contexto da pandemia.

2. Conceituando o que é investimento para iniciantes

Basicamente, o investimento é uma aplicação de recursos capaz de gerar ganhos ou retornos futuros. Habitualmente se associa a aplicação de dinheiro a esse conceito, por ser algo mais comum, porém também se pode aplicar capital intelectual, social ou natural como forma de investimento.

Pensando em um futuro melhor, ou até mesmo no caso de uma aposentadoria, as pessoas tendem a investir seus recursos para ter a garantia de uma situação mais cômoda em um momento de necessidade especial, como em uma emergência causada por uma situação de desemprego, incapacidade ou, como anteriormente citado, obter renda em uma fase da vida em que a força laboral já está comprometida, como na fase da aposentadoria.

Portanto, economicamente podemos considerar que o termo investimento representa a utilização, no tempo presente, de recursos disponíveis para a criação e geração, no futuro, de recursos.  Ou seja, pode-se compreender que haverá sempre uma renúncia de recursos no presente, tendo em vista, como meta ou objetivo, um provável ganho futuro. 

Apesar disso, muitas pessoas têm se interessado pelo tema pela possibilidade de auferir renda paralelamente à atividade principal, normalmente desempenhada pelo seu trabalho de ofício, mas para isso é preciso entender como funciona a dinâmica do capital.

Quando se fala em investimentos, é preciso considerar também o conceito de retorno, e seu significado relaciona-se à expectativa ou capacidade de um determinado investimento proporcionar (retornar) maior ou menor ganho. Segundo autores importantes da área, quando se compra um ativo de qualquer tipo, seu ganho (ou perda) com esse investimento é chamado de retorno sobre seu investimento.

Nesse sentido, outro fator que deve ser considerado junto com o retorno é o risco. Normalmente, quando se aumenta o risco, aumenta-se também o retorno, ou seja, quanto maiores os riscos, maiores são as chances de se obter maior ganho (retorno) sobre os investimentos. 

Portanto, um investidor deve buscar sempre equilibrar o risco e o retorno de seus investimentos, mas nunca de forma irresponsável e deliberada, pois a falta de planejamento e análise acabará gerando menor rentabilidade de sua carteira.

Ainda, para que se faça corretamente a gestão dos investimentos, o investidor deve otimizar a relação entre risco e retorno, diversificando seus investimentos. Por exemplo, parte de seus recursos pode ser alocado em ativos que oferecem baixo risco e, consequentemente, menor retorno, como renda fixa ou tesouro direto. Por sua vez, uma outra parte pode ser direcionada para ativos de risco e retorno maior, como papéis, fundos, entre outros.

É importante ressaltar que quando o investidor pretende iniciar suas atividades, ele deve se preparar e conhecer todas as informações relevantes. Isso porque um dos conceitos fundamentais para ser bem-sucedido é entender que nunca se deve considerar somente uma única alternativa de investimento. Deve-se, portanto, buscar conhecer todas as alternativas viáveis e compará-las com a finalidade de escolher a melhor entre elas, levando em consideração o valor do dinheiro no tempo.

3. Conceitos fundamentais de economia e finanças

A seguir, elencamos algumas terminologias e expressões que precisam fazer parte do dicionário de todo investidor. Confira:

Mercado financeiro Corresponde ao conjunto de instituições e operações ocupadas com o fluxo de recursos monetários entre os agentes econômicos.

Intermediários financeiros – São as instituições que desempenham a função de criação do mercado e reúnem tomadores e emprestadores.

Capital – O primeiro conceito a ser compreendido é o de capital. Ele representa o valor do dinheiro num dado momento, e em economia se refere a qualquer recurso que consegue gerar rendimentos por meio de sua aplicação. Capital não é só dinheiro, mas também os bens de uma empresa, como estoques e maquinários, podendo ser dividido em três principais grupos: financeiro, produtivo e especulativo.

Juros – Representam os valores obtidos pela remuneração de um capital, como o custo do dinheiro tomado em empréstimos.

Montante – Corresponde ao valor futuro, ou seja, é o capital mais os juros acrescidos ao valor.

Taxa de Juros – É o percentual do custo ou da remuneração paga pelo uso do dinheiro. A taxa de juros está sempre associada a um certo prazo, que pode ser, por exemplo, ao dia, ao mês ou ao ano.

Sem entender esses conceitos, pouco se obtém de resultados em investimentos, pois eles são essenciais para avançar nessa área de conhecimento.

Outros conceitos importantes são em relação à diferenciação de conceitos, sendo esses entendimentos cruciais para o investidor. Por exemplo, existe muita confusão entre poupar e investir, investir e especular ou apostar. Assim, para compreender melhor as nuances, abaixo desenvolvemos um resumo de cada um desses conceitos:

Poupar se faz no sentido de diminuir os gastos em relação aos ganhos, e tem relação normalmente com guardar dinheiro, eliminando hábitos de consumo supérfluos (desperdícios), o que exige muita disciplina, metas e controle. Portanto, investir é mais do que poupar, é principalmente maximizar o resultado da aplicação do dinheiro, para que se obtenha a maior remuneração possível sobre ele.

Investir é diferente de especular e apostar, pois o investidor competente busca sempre, por meio de seus conhecimentos e melhores práticas, uma operação de investimento que seja segura e traga um retorno adequado. Especular e apostar são situações que colocam o investimento em risco devido às condições de incerteza e pelo apelo da sorte, que, em muitos casos, não se realiza.

Porém, é importante lembrar que nenhum investimento é totalmente seguro, pois todos se submetem às leis econômicas e à volatilidade dos mercados financeiros.

4. Como e por onde começar a investir?

Passo 1 – Organize seu orçamento pessoal

  • Detalhe e identifique como você gasta seu salário mensalmente, fazendo uma lista de todas as despesas;
  • Relacione também os ganhos, investimentos e demais dívidas;
  • Se o orçamento é administrado em conjunto com outras pessoas, faça isso com elas, elaborando, por exemplo, um orçamento familiar;
  • Faça um orçamento incluindo todas essas informações.

Passo 2 – Controle o orçamento

Agora que já desenhou um panorama, você já pode controlá-lo.

Assim, defina metas e mantenha-se focado. Por exemplo, você pode definir quanto deve gastar de transporte, educação, alimentação, entre outros gastos, pois dessa maneira poderá atingir as metas para economizar um determinado percentual e investi-lo.

Caso não consiga reduzir os gastos e manter suas metas, você poderá recorrer ao aumento de receitas (ganhos), que nem sempre é simples, portanto, foque em reduzir as despesas.

Passo 3 – Faça um planejamento para sua evolução patrimonial

Patrimônio pessoal é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa, sendo todos os recursos e bens que uma pessoa possui em seu nome, por exemplo, imóveis, carros, recursos financeiros, joias, entre outros. Esses recursos normalmente são obtidos por meio do trabalho, herança, doação ou premiações, como a loteria.

Toda pessoa deve proteger seu patrimônio pessoal, acumulá-lo e fazê-lo crescer. Em um país que possui uma situação de inflação alta, os patrimônios precisam ser gerenciados a fim de se manterem a salvo da inflação.

Além disso, o aumento do patrimônio favorece a independência financeira, possibilitando que os proprietários possam usufruir desses ganhos no futuro. Por exemplo, em uma futura aposentadoria, o proprietário de um salão comercial poderá auferir renda por meio do aluguel desse imóvel; ou no caso de um investidor acionista, ele poderá obter renda pelos dividendos recebidos de suas ações.

Nesse contexto, para se construir um patrimônio é preciso: estabelecer metas e ser estrategista, ser disciplinado, ser realista e ser flexível para se adaptar às mudanças.

Passo 4 – Aprenda a investir

Existem diversas maneiras de investir seu dinheiro, mas, para isso, é preciso se informar, então esteja atento às novidades, leia livros sobre esse assunto e assista vídeos.

Se seu objetivo é desenvolver um patrimônio, busque aplicações mais arrojadas com maior risco e maior possibilidade de ganhos a longo prazo. Porém, se o objetivo for preservar o patrimônio adquirido, as opções mais conservadoras podem ser as melhores, desde que sejam superiores à inflação.

Passo 5 – Mantenha-se informado sobre os seus investimentos

Avalie o desempenho de seus investimentos com o máximo de recorrência possível. Muitos indicadores são atualizados diariamente, e a lentidão em acompanhar essas cotações pode ser um fator determinante para o sucesso de sua carteira. 

Assim, faça do acesso dessas informações um hábito frequente e leia diariamente os principais jornais e sites sobre investimentos, pois eles mantêm informações atualizadas sobre rentabilidade, fatores econômicos etc.

Passo 6 – Procure consultorias de investimentos e corretoras

Para os iniciantes e aqueles que querem suporte para escolher um investimento adequado, existe uma boa quantidade de empresas no mercado que prestam serviços de consultoria, podendo auxiliar na escolha de um bom planejamento. 

Outra opção é escolher uma boa corretora e abrir uma conta, o que pode ser feito de forma online. Essa possibilidade permite que pessoas de localidades distantes de grandes centros possam ter acesso a esses serviços.

5. Algumas possibilidades de investimentos

1 – Renda fixa

Essa modalidade é conhecida por oferecer retornos estáveis e seguros. A renda fixa funciona como um empréstimo de seu dinheiro ao emissor, bancos, empresas ou governo, sendo que a taxa da rentabilidade é definida no momento da compra, 8% ao ano ou 120% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), por exemplo. Portanto, a denominação renda fixa se dá por oferecer a possibilidade de rendimentos previsíveis.

Existem três tipos de renda fixa: a pré-fixada, a pós-fixada e a híbrida, que são classificadas quanto a sua forma de rentabilidade.

Na pré-fixada, o rendimento é fixo, por exemplo, 8% ao ano, sendo que se manterá assim até o vencimento. As mais comuns são o Tesouro Direto pré-fixado, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e o LC (Letras de Câmbio).

Por sua vez, na pós-fixada, a taxa está atrelada a um indexador econômico, como o CDI e a taxa Selic, sendo que o rendimento representará sempre um percentual em relação ao indicador (120% do CDI, por exemplo). Esses investimentos podem ser uma boa alternativa para objetivos atrelados a qualquer prazo, como a compra de um imóvel ou aposentadoria. Os mais comuns são: Tesouro Direto Selic, CDB, LCI, LCA e LC.

Na híbrida, a rentabilidade é parte fixa e outra parte variável, como 3% + IPCA. Os indexadores desse tipo de rentabilidade geralmente são de inflação, como o IPCA ou o IGP-M, o que gera rendimentos variáveis ao longo do tempo, tornando-se um tipo de investimento muito atrativo em função do ganho real, pois sua taxa fixa é uma remuneração acima da inflação. Os investimentos de rentabilidade híbrida mais comuns são Tesouro Direto + IPCA, CDB, Debentures, CRI e CRA.

Tesouro Direto – Os títulos públicos negociados no Tesouro Direto são uma opção interessante, sendo emitidos pelo Estado para financiar suas atividades. O Estado emite para captar recursos com a promessa de pagar o dinheiro de volta com juros e correção monetária. Assim, a grande vantagem do Tesouro é a segurança, o que normalmente se busca em uma opção de investimento por um investidor de perfil conservador, tendo um melhor desempenho em médio e longo prazo.

2 – Renda variável

2.1 – Ações

São caracterizadas como pequenas partes do capital de uma empresa de capital aberto. Ao investir em ações, o investidor passa a compartilhar seus riscos e resultados, podendo obter ganhos por meio do seu bom desempenho econômico e operacional. 

Um dos fatores de maior sucesso nos investimentos em ações é o conhecimento de mercado e a aplicação do dinheiro nas companhias que oferecem maior lucratividade e rentabilidade. As ações oferecem ganhos superiores ao CDI, por exemplo, e são excelentes opções em cenários de juros baixos, como ocorre atualmente no Brasil.

2.2 – Opções

São contratos com o objetivo de negociar o direito, em um determinado período, de comprar ou vender ativos, como lotes de ações, ações, commodities e até moeda (câmbio). São contratos de um dos mercados de derivativos.

As opções são de dois tipos: opção de venda (put) ou opção de compra (call). Elas são ótimas opções para se fazer hedge (proteção do valor de um ativo), podendo ser usadas também para alavancagem.

2.3 – BMF

São classificados como derivativos, que são contratos futuros em relação a outros ativos. Esses são os primeiros passos para se iniciar como investidor, portanto não espere mais, se informe mais, poupe e invista seus recursos. As operações mais comuns de BMF são câmbio, índices e commodities, e funcionam similarmente às opções.

2.4 – Fundos de investimentos

São caracterizados por uma união de diversos recursos de investidores, sendo que os investimentos neles realizados são convertidos em cotas. Esses recursos podem variar entre opções conservadoras, como renda fixa, ou ousadas, como as ações, e até mesmo serem combinadas.

2.4.1 – FIIs

São os fundos imobiliários, que representam frações de empreendimentos como Shopping Centers, galpões logísticos, entre outros. Também são conhecidos como FIIs de tijolo, tendo os compostos por ativos do setor, como CRIs e LCIs, os FIIs de papel. São muito recomendados aos investidores que desejam viver de renda, pois pagam renda mensal semelhante ao recebimento de um aluguel de casa, mas sem a necessidade de fazer a manutenção do imóvel, pagar IPTU etc.

6. Cuidados na hora de iniciar um investimento

Assim como todo início de qualquer atividade, alguns cuidados são recomendados na hora de começar a investir:

1 – Escolha instituições, consultorias de investimentos e corretoras confiáveis. Evite cair em esquemas fraudulentos.

2 – Fique atento aos custos, como as taxas de administração.

3 – Procure investimentos que casem com seu perfil de investidor. Esses perfis são classificados em conservadores, moderados, arrojados e agressivos.

4 – Sempre compare diversas opções de investimentos.

5 – Conheça as garantias.

Munido dessas informações introdutórias, você poderá iniciar suas experiências no mercado de investimentos. Mas é recomendado que isso seja feito progressivamente, buscando garantir os menores riscos possíveis nessa fase inicial. 

Esse campo é extenso e muito interessante, restringindo-se não somente a investimentos pessoais, mas também podendo ser aplicado em questões empresariais, para uma melhor gestão financeira pelos empreendedores. 

Portanto, aprofunde-se progressivamente e colha bons resultados ao longo dos anos, para desfrutar de uma boa aposentadoria e de um futuro mais tranquilo.

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Autor convidado do Vamos Escrever, é bacharel em Ciências Contábeis e pós-graduado em Gestão da Qualidade Total, é professor universitário na área de Contabilidade Auditoria, Tributária, Fiscal e Perícia. Atua na área como Contador, e nos tempos livres, é admirador de belas-artes e leitor de História e Filosofia. 📩leonardopaganini@vamosescrever.com.br Saiba mais sobre o autor