O ato de liderar é intrínseco ao dia a dia das organizações. Desde as menores até as grandes corporações, a liderança é algo inevitável e de extrema importância, tendo impacto direto nos resultados das ações.
Nesse contexto, há inúmeras definições e muitos tipos e formas de executar a liderança. De maneira objetiva, a pessoa que ocupa o posto de líder basicamente tem a função de ser o ponto focal, o norteador, o motivador de um grupo de pessoas e atividades. É quem puxa e direciona o contingente para um determinado fim.
Inclusive, a liderança está bastante ligada ao estilo de gestão que a pessoa ou a empresa definem de maneira consciente ou praticam organicamente. Da mesma forma, o tipo de liderança está diretamente ligado à cultura empresarial, ou seja, o jeito pelo qual as coisas acontecem na empresa, seus valores e esquemas éticos.
Nos últimos anos, esse tema tem sido bastante tratado, pois as relações e condições de trabalho vem passando por mudanças. O esquema corporativo dos anos 70 e 80 passou por transformações, ao menos minimamente, por conta das mudanças tecnológicas.
Entre essas mudanças, o “chefe” autoritário e o modelo de gestão predatório não funcionam (mais) na maior parte das organizações. Por outro lado, em alguns casos, ele só mudou a roupagem e o jeito de comunicar, mas na essência autoritária pode ainda se fazer presente.
Fato é que o “saber liderar”, ou o “perfil de líder”, é uma característica muito buscada e fomentada pelas organizações em membros de sua equipe. Em suma, o perfil de líder se traduz naquela pessoa que consegue extrair dos membros do time o seu melhor, individualmente e em grupo, gerando resultados positivos, alcançando as metas e mantendo o ambiente fluído e com poucos conflitos (ou nenhum). Há pessoas com essa habilidade nata, enquanto outras a desenvolvem durante a trajetória profissional.
Para esclarecer e detalhar o tema, vamos aqui apresentar 3 estilos de lideranças mais comuns. Mas é importante salientar que na prática há muitas intersecções, ou seja, aqueles que ocupam os cargos de liderança podem mesclar ações e condutas.
1. Tipos de liderança
Para exemplificar traremos 3 tipos de lideranças: autocrática, democrática e liberal.
1.1 Liderança autocrática
Na liderança autocrática as decisões são comunicadas e cobradas, não tendo espaço para questionamentos ou compartilhamento de ideias. Esse estilo foi muito usado há anos e, infelizmente, ainda é visto em algumas corporações, apresentando o famoso perfil do “chefe”. Como todo perfil de liderança, ele acompanha a cultura da empresa, que certamente é bastante hierarquizada – vertical, com processos e controles rígidos e, muitas vezes, até improdutivos.
As metas são informadas e o time tem a função de entregar o acordado. Há uma tendência ao chamado “microgerenciamento”, em que o líder dedica tempo na checagem de tarefas pequenas ou partes menores dos processos principais.
É um estilo de liderança que tem sido mais escasso, mas, como dito anteriormente, ele vai de encontro à cultura da organização e pode estar camuflado sob um discurso mais ameno. Na prática, porém, as coisas são definidas “de cima para baixo”. Aqui também se nota uma forte incidência das relações de poder, o famoso: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”
1.2 Liderança Democrática
Dentro do estilo democrático, a liderança se dá com o foco na participação da equipe no processo de construção e decisão. Assim, a autoridade é “delegada”, há uma troca que é organizada pelo ponto focal, o líder. A opinião dos membros do projeto é válida e, mesmo havendo uma hierarquia, ela é mais fluída e as resoluções são mais compartilhadas.
O ambiente organizacional deve estar preparado para esse formato de gestão e liderança, e a comunicação deve ser estruturada e forte. Dessa forma, a liderança tem a responsabilidade final no processo. Ao contrário da liderança autocrática, aqui há espaço para fala e discussões.
Com a modernidade nas relações e na estrutura de trabalho, esse modelo ser tornou muito comum, pois as pessoas buscam espaços de trabalho que valorizem seus pensamentos e sugestões. O trabalho passa a envolver um propósito, e não apenas a garantia de renda.
1.3 Liderança liberal
A liderança liberal é acompanhada de uma gestão mais horizontal, em que os grupos são formados e a construção dos processos é feita em conjunto, numa espécie de divisão de responsabilidades e chefia, ou seja, o grupo está a seu próprio cargo.
A tomada de decisão e a supervisão não são feitas pela liderança; há uma autogestão entre os membros. O processo de feedback também não ocorre nesse estilo: não há apoio para o time, cada um é dono de suas tarefas e decisões, em prol do foco e objetivo de entrega final.
A motivação nesse caso vem de cada membro. Aqui os meios de comunicação e documentação são importantes e o esquema horizontalizado de gestão inibe a hierarquia e assume que todos são donos de partes do projeto, como empreendedores de seus cargos.
2. Liderança como estratégia organizacional
Conforme mencionado, o papel da liderança dentro das organizações deve ir de acordo com a cultura e o ambiente instituídos. Por exemplo, quanto mais liberal, mais as pessoas envolvidas devem ter claras as suas responsabilidades, e o ambiente tende a ser mais inovador e até mesmo produtivo.
Vale ressaltar que não há certo ou errado, há aquele perfil que mais se adequa à maturidade e ao esquema estratégico da empresa.
Pode haver uma trajetória de mudança, de algo mais autocrático para o liberal. Com o passar do tempo a empresa vai encontrando o nível de hierarquização que mais faz sentido para a empresa naquele determinado momento.
Fato é que um ambiente onde todos têm possibilidades de falar e até colocar em prática suas visões de maneira organizada, gera resultados inovadores para as empresas, além de promover um ambiente de trabalho que tende a ser mais respeitoso e saudável.
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