Antes de falar sobre o papel das mulheres na contabilidade, é importante contextualizar sobre o Dia Internacional da Mulher, celebrado internacionalmente em 8 de março.

A data surgiu depois que o Partido Socialista da América organizou o dia da mulher, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova York. 

Foi uma jornada de manifestação pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino. 

Depois, nas conferências de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague, no ano de 1910, foi sugerido que o Dia da Mulher passasse a ser celebrado todos os anos sem que, no entanto, fosse definida uma data específica.

A partir do ano de 1913, as mulheres russas passaram a celebrar a data com manifestações realizadas no último domingo de fevereiro. Em 8 de março de 1917, ainda na Rússia Imperial, organizou-se uma grande passeata de mulheres, em protesto contra a carestia, o desemprego e a deterioração geral das condições de vida no país. 

Operários metalúrgicos acabaram se juntando à manifestação, que se estendeu por dias e acabou por precipitar a Revolução Russa de 1917. Nos anos seguintes, o Dia da Mulher passou a ser comemorado naquela mesma data em países do bloco soviético.

O dia de 8 de março foi instituído como Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas em 1975 e, atualmente, é comemorado em mais de 100 países.

Para entender a importância da data, o blog da plataforma Qive publica esse artigo sobre o papel das mulheres no setor de contabilidade.

Conheça a história de uma contabilista para se inspirar

Ana Maria Elorrieta é o nome de uma contabilista famosa que merece ser mais reconhecida e que está na lista de mais influentes do Brasil.

Sua história é um exemplo. Afinal, foi presidente da diretoria nacional do Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil). Além de ter sido eleita uma das 50 pessoas mais influentes na área de contabilidade pelo Global Accountancy Power 50.

Ana Maria ainda foi reeleita membro oficial do Conselho da Federação Internacional de Contadores, o IFAC.

IFAC é uma organização mundial dedicada a lutar pelos interesses do público contábil, assim como o desenvolvimento de economias globais. Diante desse memorável histórico, Ana Maria é uma das grandes contabilistas que existem, além de representar com prestígio o papel das mulheres no mercado financeiro.

E há eventos que ocorrem há anos revelando e discutindo a inclusão de gênero na contabilidade.

Encontro nacional que consolidou as mulheres contabilistas

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) idealizou, em 1991, o Encontro Nacional da Mulher Contabilista, que ganhou adesão dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs) e apoio da Academia Brasileira de Ciências Contábeis (Abracicon). Lembrando a trajetória de luta das mulheres no setor, o evento se renova a cada dois anos.

Esse encontro visa promover a participação da mulher no desenvolvimento da profissão contábil, incentivar o seu lado empreendedor e estimular a sua efetiva contribuição à vida social e política do Brasil. 

Traz o exemplo feminino para as discussões com a criatividade e excelência profissional, demonstrado como as mulheres são agentes de transformação social.

A primeira edição ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, junto com a 43ª Convenção dos Contabilistas do Estado do Rio. Naquele ano de 91, centenas de profissionais começaram a debater e a propor mudanças que alteraram a rotina de trabalho das profissionais brasileiras. Dado o contexto histórico, o sentimento que prevalecia era de que as mulheres precisavam se fazer ouvir.

Naquele período, a PEA (população economicamente ativa) feminina representava em torno de 37%.

A segunda edição do evento foi realizada no ano de 1992, em Salvador, na Bahia. Novas ideias surgiram, como a definição de metas e estratégias para o papel de profissionais no mercado de trabalho entre centenas de participantes. 

O ano de 1999 foi marcado pela realização do terceiro encontro em Maceió, Alagoas. Mais de mil pessoas tornaram o evento inesquecível naquele período. Isso firmou a força feminina dentro da classe contábil, expandindo o interesse pela inclusão maior das mulheres.

Determinadas a seguir conquistando o seu lugar no cenário contábil, as profissionais começaram a discutir temas de interesse geral. Saíram das discussões de nicho. E assim elas mudaram o formato para o encontro e seguiram marcando presença.

O quarto encontro, de 2003, em Belo Horizonte, em Minas Gerais, trouxe mais expressão e aproximadamente 1,2 mil participantes. Foi dessa forma que o evento firmou-se como importante e necessário para a classe e acordou-se que sua realização ocorreria a cada dois anos.

Ele se tornou periódico dessa forma.

Celebridades da política e do meio artístico, como a senadora Heloísa Helena e a atriz Eliane Giardini, da Globo, prestigiaram o evento e discutiram o papel da mulher na sociedade. Em três dias, questões como desigualdade de salários, jornada múltipla e competitividade foram temas debatidos.

Os participantes ficaram imersos nesses assuntos.

A quinta edição do evento de 2005, realizada em Aracaju, no Sergipe, contou com a presença de mais de 1,4 mil participantes que discutiram diversos assuntos. Políticas públicas e qualidade de vida entraram na pauta.

Naquele período, o evento teve seu formato melhor definido e ganhou admiradores em diferentes regiões do país.. A abertura oficial do evento aconteceu no dia 19 de maio daquele ano no Teatro Tobias Barreto. 

O ex-presidente do CFC José Martonio Alves Coelho e outras personalidades da classe contábil fizeram parte da mesa de honra.

A cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, sediou no mês de junho de 2007 o sexto Encontro Nacional da Mulher Contabilista. Superando todas as expectativas, o número de inscritos ultrapassou 1,7 mil participantes.

Lotou o auditório do Centrosul. Foram três dias intensos de evento, incluindo várias palestras técnicas, talk show, peça teatral e duas noites de confraternização. A proposta de discutir temas contábeis e de interesse geral, com enfoque no universo feminino, consolidou-se indiscutivelmente entre a classe.

Já no mês de maio de 2009, realizou-se o sétimo Encontro Nacional da Mulher Contabilista, em Vitória, Espírito Santo. Com o lema “A força da união: ação, conquista e vitória!”, o evento, já com triunfo estabelecido, reuniu quase 2 mil participantes. 

Naquele tempo, a programação foi composta por painéis e palestras de especialistas de renome nacional, além de momentos para entrosamento e descontração, com peça teatral e festa temática. Um grande momento presenciado pelos participantes foi a palestra magna da médica e sanitarista Zilda Arns, que relatou sua experiência na Pastoral da Criança.

Também tivemos as apresentações de Fafá de Belém e Sandra de Sá, que também foram momentos de muita emoção que marcaram a abertura e o encerramento do evento.

A oitava edição do evento foi realizada em maio de 2011, na cidade de Caldas Novas, em Goiás.

Aquele encontro teve como tema “Mulher: conhecimento, criatividade e leveza”. Mais de 2 mil participantes transformaram a cidade goiana no centro do saber contábil. O evento contou com palestrantes renomados como o Maestro João Carlos Martins e o Técnico da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei, José Roberto Guimarães. Teve como destaque o consagrado talk show “O preço das conquistas”, conduzido pela jornalista Renata Ceribeli.

No mês de novembro de 2013, a proposta inovadora do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRCSP) de realizar o Encontro Nacional da Mulher Contabilista a bordo de um navio tornou- se realidade.

O nono Encontro Nacional foi realizado a bordo do MSC Preziosa, um dos mais luxuosos e modernos navios do mundo, que teve como itinerário Santos (SP), Búzios (RJ) e Ilhabela (SP). 

O lema foi “Mulher Contabilista: bem-vinda ao futuro!”.

O evento reuniu profissionais renomados, além de figuras do meio artístico e jornalístico, como Cissa Guimarães, Josie Antello e Glória Maria.

No ano de 2015, a décima edição do evento foi realizada na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. Com o lema “Mulher: Energia, Conhecimento e Arte”, o encontro reuniu, novamente, mais de 2 mil participantes, que discutiram os desafios e as oportunidades do mercado contábil. 

Quem estava lá pôde assistir a palestras e conhecer histórias de mulheres que fizeram a diferença em suas carreiras. Entre os assuntos em pauta, os especialistas ressaltaram a importância da atualização profissional e abordaram a competitividade no mercado de trabalho.

Às vésperas da primavera de 2017, a cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, recebeu mais de 3 mil profissionais da contabilidade para mais uma jornada de conhecimento. Desta vez, o evento uniu duas propostas consagradas do calendário contábil: o nono Encontro Nacional da Mulher Contabilista e a décima sexta Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul. 

Unir esses dois grandes eventos foi um marco na história da Contabilidade brasileira. Sob o lema “Compartilhando Experiências, Unindo Competências”, os eventos foram caracterizados pelo ineditismo de possibilitar a apresentação simultânea de palestras e painéis. Entre os temas abordados, chamou atenção auditoria e perícia contábil, contabilidade pública e o protagonismo feminino no ambiente corporativo.

O evento contou com personalidades do meio artístico e jornalístico como Marcelo Tas, Martha Medeiros, Cláudia Tajes, Elisa Lucinda e Roberta Sá.

Em outubro de 2019, o evento foi para Porto de Galinhas, em Ipojuca, em Pernambuco. Lá aconteceu o décimo segundo Encontro Nacional da Mulher Contabilista. Seu lançamento ocorreu no Hotel Enotel Convention & SPA. 

Porto de Galinhas é um recanto de lindas praias de areias brancas, coqueirais e manguezais. Espaço de bela cultura e rica natureza, além do clima agradável. Quem foi pode curtir passeios de jangada às piscinas naturais, buggy tours, estuário de cavalos-marinhos, visita às lindas praias da região e passeios culturais.

Esses Encontros Nacionais buscaram, a cada nova edição, incentivar ainda mais a participação feminina no cenário contábil nacional, além de promover a educação continuada dos profissionais da contabilidade. Esses objetivos ressaltam a essencialidade da busca de novos conhecimentos e atualizações e a afirmação da nova posição da mulher no contexto social e empresarial. 

Indiscutivelmente, esse movimento de conscientização nacional da mulher contabilista tem contribuído para valorizar a profissão em si e a inclusão por gênero.

Número de mulheres na contabilidade

De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), as mulheres representavam apenas 4,3% dos trabalhadores da área em 1950. Em 2020, elas já representavam quase metade dessa força de trabalho (47,4%).

O grande destaque deste levantamento foi o estado do Amazonas, no qual as mulheres contadoras constituíam 51,1% do total registrado, tanto no nível técnico quanto no superior. 

O Estado que ficou mais atrás, com menor número de mulheres contadoras, foi Goiás, que totalizou 36,1% de registros femininos. Trata-se de um levantamento nacional.

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Escrito por Qive

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