Neste artigo, falamos sobre quais são os impactos da guerra da Ucrânia na economia do Brasil, motivos do conflito, consequências na Europa, mercado financeiro etc. Confira:


Recentemente, um conflito entre nações ganhou espaço nos noticiários e chamou atenção global: a Guerra na Ucrânia (ou Guerra Russo-Ucraniana). 

Esse nome não é porque a Ucrânia provocou a guerra ou seria a responsável, mas porque é detentora do território que está no centro das discussões entre os países. Mas qual teria sido a motivação para a Rússia invadir um país vizinho e que, a princípio, não teria apresentado nenhuma ameaça ao invasor? 

Independentemente dos questionamentos, o que se sabe é que a guerra entre os dois países causou uma crise sem precedentes, já que não há no passado episódios parecidos. Poderia até se falar em uma nova guerra fria, fazendo uma comparação à bipolaridade entre os Estados Unidos da América e a União Soviética, mas o atual contexto nem se compara a essa situação. 

Inclusive, atualmente existem outros atores que podem ser chamados de potências mundiais, como a própria Rússia e a China, juntamente com os EUA; além das potências regionais, como o Japão e, talvez, o Irã.

Ocorre que essa tumultuada situação pode e deve afetar o Brasil, assim, este artigo busca esclarecer alguns pontos e debater as possíveis consequências da guerra da ucrânia na economia brasileira. 


1. Quais são os motivos da Guerra na Ucrânia?

O motivo principal para o surgimento de guerras envolve, na maioria das vezes, o desejo de dominação e controle de um grupo sobre o outro. Ocorre que um país, para ser soberano, precisa ser livre em suas escolhas políticas e na condução de sua nação. E é isso que parece ter sido o principal motivo que desencadeou a chamada “Guerra na Ucrânia”. Mas como assim?

O que se quer dizer é que a escolha do governo ucraniano em se aproximar da OTAN e da União Europeia foi o grande “estopim” para a guerra. De fato, as tensões entre Ucrânia e Rússia já perduram há algum tempo e envolvem relações territoriais, culturais e políticas. 

Só que a possibilidade da Ucrânia se aliar às organizações ocidentais poderia representar uma diminuição da influência russa sobre o país, bem como um crescimento militar ucraniano (inclusive com apoio ao combate de grupos rebeldes) e, consequentemente, ameaçar a hegemonia que a Rússia exerce sobre a região. 

Assim, a guerra deflagrou uma crise pioneira desde a queda do “Muro de Berlim”, mas com aspectos totalmente diferentes daquela época, com atores diversos e, principalmente, multipolarismo mundial de potências. Ocorre que essa situação tem causado impactos para o mundo e para economia brasileira, como será visto a seguir. 


2. Consequências da guerra da Ucrânia na economia europeia

As consequências da guerra da Ucrânia na economia da Europa já está afetando os mercados de todo mundo, inclusive o brasileiro, com o aumento da inflação, compressão nos preços e redução da oferta de produtos. Mas não é só isso.  

Esses riscos mais elevados podem impactar os ganhos das empresas e prejudicar o mercado de ações e, consequentemente, o crescimento da economia, levando à perda de empregos e causando impactos na renda dos brasileiros. 

Logo, existe uma grande expectativa de que os investidores migrem para mercados mais seguros como aqueles de países desenvolvidos, como EUA, deixando os mercados de países emergentes, como o Brasil. 

Porém, nem tudo pode ser negativo, na medida em que o Brasil pode se tornar cada vez mais atraente em razão de sua capacidade de ser um possível fornecedor substituto de produtos agrícolas produzidos na Rússia e na Ucrânia. 

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2.1 O Dólar e o mercado financeiro

O impacto de uma guerra na Ucrânia na economia, mais especificamente no mercado financeiro foi o primeiro a ser sentido no Brasil, já que conflitos geopolíticos acabam elevando o grau de incertezas na economia global e, consequentemente, causam aversão ao risco. 

Assim, como já citado, os investidores podem preferir investir em países que apresentem maior segurança aos seus negócios. Por sua vez, esse “abandono” dos países em desenvolvimento, como o Brasil, acaba impactando diretamente no mercado financeiro do país. 

Por outro lado, o fato do Brasil ser um grande produtor de commodities também é uma ferramenta que pesa a favor do país, já que acaba atraindo investidores que buscam alternativas aos produtos russos. Não se pode esquecer que o Brasil é um grande produtor de bens que podem substituir os produtos produzidos na Rússia e na Ucrânia, especialmente agrícolas. 

Ao que parece, existe uma saída muito promissora para a economia brasileira, mas também depende de medidas governamentais que busquem conter a alta elevação dos preços. 

Isso significa que o aumento de ingresso da moeda americana (dólar) no país, seja por empréstimos, por investimentos ou exportações, tende a fazer o seu valor cair e, consequentemente, acaba valorizando o real. Ou seja, muito Dólar no país, mais valorização para o Real.  

Então, essa parece ser uma consequência positiva para a economia brasileira, mas depende de estratégia, especialmente porque os impactos não param por aí, como será visto a seguir com a análise do petróleo.

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2.2 O Petróleo

O principal efeito imediato das tensões é a alta dos preços do petróleo e seus derivados. A Rússia é uma das maiores fornecedoras de petróleo no mundo, sendo ainda a maior fornecedora de gás natural da Europa, responsável por cerca de 40% do abastecimento total do continente. Dessa forma, a imposição de sanções a bancos e empresas russas pode paralisar a exportação de commodities daquele país. 

Acontece que isso impacta diretamente na subida dos preços do petróleo e, consequentemente, nos preços dos combustíveis no Brasil e seus derivados. Assim, o aumento do preço do barril de petróleo impacta não apenas no aumento da gasolina, mas também em outros derivados. 

E não para por aí, pois ainda tem a temida inflação. 

2.3 A inflação

O aumento do preço do petróleo acaba impactando diretamente na inflação que, especialmente no Brasil, já vem sofrendo grandes alterações. Essa situação dificulta o trabalho do Banco Central (BACEN) em conduzir os preços para as metas de inflação, o que também pode exigir taxas de juros mais altas por um longo tempo.

Além disso, a Rússia também é um dos principais produtores de outras commodities, como minérios e grãos. A exportação desses produtos também deve sofrer danos com as imposições das sanções, causando mais prejuízos às cadeias de produções globais. Logo, essa demanda limitada pode reforçar a onda de inflação global. 

Assim, esse contexto pode conter o ritmo de crescimento da economia brasileira, especialmente porque um dos principais mecanismos utilizados para conter a inflação no Brasil é justamente a elevação da taxa de juros, que dificulta empréstimos e investimentos. Infelizmente, a economia brasileira já não estava indo bem e, com essa situação, as perspectivas não são melhores.

Se, quando se trata de inflação, as perspectivas não são melhores, imagina para o agronegócio, uma das principais fontes econômicas brasileiras.  

2.4 O Agronegócio

A imposição de sanções contra a Rússia pode prejudicar o mercado nacional, especialmente o agronegócio, já que no ano passado o Brasil foi o sexto maior destino das exportações russas. 

Isso porque o Brasil passou a ser dependente dos fertilizantes e adubos russos, correspondendo à grande parte das exportações de produtos que ingressaram no país. Como se sabe, o agronegócio depende desses bens para sua produção, o que pode significar graves prejuízos à produção do agronegócio. 

Com os bloqueios econômicos, a compra desses produtos se tornará consideravelmente mais difícil, o que pode impactar até mesmo o mercado interno brasileiro. 

Em considerações finais, o resultado que se chega é que o Brasil poderá ainda ser fortemente afetado pela guerra na Ucrânia na economia. Infelizmente, os efeitos para a economia não são os mais otimistas, visto que o país precisará buscar alternativas para enfrentar toda essa situação. 

Logo, a economia brasileira, que já não vinha apresentando aspectos positivos, agora ainda terá de enfrentar a turbulência dos efeitos negativos provocados pelos conflitos na Europa. Não restam dúvidas, assim, de que a criatividade e a organização serão as principais ferramentas para encarar esse tumultuado contexto. 

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Escrito por Maceno Lisboa

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